Pandemia do coronavírus: incertezas exigem planejamento mais rigoroso das compras

30 de março de 2020

Planejamento financeiro Foto: MAURICE TSAI / BLOOMBERG NEWS

Assinado por:  Camilla Muniz

Economistas explicam que é importante não demorar a agir

RIO - A pandemia do novo coronavírus suscita preocupações relacionadas não apenas à saúde, mas também à economia e às finanças pessoais. Em meio a tantas incertezas, já é hora de iniciar um planejamento mais rigoroso das compras, a fim de evitar gastos desnecessários. Não demorar a agir e administrar o orçamento com cauteladesde agora é importante para enfrentar o que estiver por vir sem necessidade de restrições drásticas.

De acordo com o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), as famílias devem monitorar a despensa e anotar o que é preciso adquirir para reabastecê-la, nas quantidades adequadas. O ideal é que todos os moradores da casa participem da elaboração da lista de compras: se os gostos pessoais relativos à alimentação forem muito diferentes, encontrar um meio-termo que agrade a todos é a melhor saída para economizar.

— Discutir em conjunto o cardápio da semana ajuda a raciocinar sobre os produtos a serem comprados. É necessário montar uma estratégia, considerando o que se vai comer e a renda que se tem — afirma Braz.

Ao listar os itens desejados, é fundamental pesquisar os preços deles nos sites ou nos encartes dos supermercados e colocar tudo no papel. Com isso, dá para ter uma ideia do que o dinheiro disponível permite adquirir.

— Se um produto estiver muito caro, vale substituí-lo no cardápio por outro mais em conta, que guarde as mesmas propriedades nutricionais. Pode-se privilegiar, por exemplo, cortes de carne como miúdos, que têm alto valor proteico e são mais baratos — indica André Braz, ressaltando que reservar um tempo para fazer a lista de compras é imprescindível: — Sem isso, a tendência é a pessoa gastar mais do que pode e não conseguir levar tudo que precisa, deixando de lado bens essenciais para a família.

O economista da FGV frisa que os consumidores não devem comprar em grande volume com o objetivo de estocar produtos. Manter calma na hora de tirar as mercadorias das gôndolas contribui para que os preços não disparem. Segundo o especialista, análises demonstram que itens da cesta básica já sofreram aumento ao longo deste mês, a exemplo de arroz, batata, pão e carne. A alta do dólar é um dos fatores que influenciaram a variação — como no caso do alho, que é importado.

— Até poucas semanas atrás, todo mundo estava trabalhando normalmente e fazia uma parte das refeições na rua e outra, em casa. Agora, com a quarentena, a maioria das pessoas faz as três principais refeições do dia no lar. Isso elevou a demanda de comida para ser preparada em residência. É natural que os carrinhos de supermercado fiquem mais cheios. Mas, se todos ficarem receosos e comprarem mais do que o necessário no momento, essa atitude vai forçar o aumento de preços. É a lei do mercado quando sobe a procura — explica André Braz: — Não há motivo para correria. Outras famílias precisam ter acesso às mercadorias. Não estocar também é uma questão de solidariedade.

As mesmas precauções devem ser tomadas na aquisição de artigos de higiene pessoal. Para uso em ambiente doméstico, deve-se priorizar a compra de sabonetes em vez de álcool gel para higienização das mãos. Assim, é possível garantir a prevenção da Covid-19 e economizar. Ficar atento à oferta de marcas menos tradicionais, que costumam sair mais em conta, é mais uma forma de aliviar o bolso.

— Tudo que puder ser substituído por uma coisa mais barata e ecológica é válido — diz Braz.

A jornalista e empreendedora Denise Wasserman, de 54 anos, já alterou sua rotina de compras no supermercado devido à pandemia do novo coronavírus. Para diminuir a despesa com a entrega dos produtos em casa, ela restringiu a frequência das aquisições a duas vezes por semana. Por causa disso, tem preferido investir em alimentos menos perecíveis, como frutas e legumes mais duráveis e verduras que podem ser cozidas.

— Procuro comprar o básico, mas sem esquecer a qualidade da alimentação. Tenho sempre feijão e arroz, que são baratos, e complemento a refeição com um tipo de carne e uma hortaliça. Estou buscando receitas criativas para conseguir variar com os mesmos ingredientes e a comida não ficar chata — conta a integrante do time de "caçadores de ofertas" do "Qual oferta", plataforma dos jornais EXTRA, O Globo e Expresso que reúne, no impresso e no digital, as melhores promoções de supermercados, drogarias e lojas de departamento de Rio e Grande Rio.
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