Voos devem ficar mais baratos com mais competição em Congonhas

30 de julho de 2019

Homem observa painel de voos no aeroporto de Congonhas

Foto: Michel Filho / Agência O Globo

Assinado por:  Leo Branco

Analistas apostam que redistribuição de licenças da Avianca pode gerar efeito positivo em trechos como a ponte-aérea

SÃO PAULO — A redistribuição das licenças de pousos e decolagens que a Avianca Brasil operava em Congonhas deve ampliar a concorrência no aeroporto mais congestionado do país e beneficiar o consumidor, segundo avaliação de analistas consultados pelo O GLOBO.

A presença de mais companhias aéreas operando no terminal da capital paulista deve forçar mais tarifas promocionais em trechos concorridos como a ponte aérea Rio-São Paulo e o trecho São Paulo-Brasília. 

Para Francisco Lyra, presidente do Instituto Brasileiro de Aviação, centro de pesquisas do setor, e sócio da empresa de aviação executiva C.Fly Aviation, Congonhas atualmente é um mercado "super concentrado" uma vez que a ponte aérea Rio-São Paulo é a quarta rota doméstica com maior frequência no mundo — são mais de 39 mil voos por ano — e a única com apenas duas companhias atualmente conectando as duas capitais: Gol e Latam.

Para efeito de comparação, na rota entre Seul e Jeju, as duas maiores cidades da Coreia do Sul, os mais de 79 mil voos anuais são distribuídos por sete companhias aéreas.

— Defendo que haja pelo menos três ou quatro companhias fazendo a ponte-aérea — diz Lyra.


Guerra declarada

Para o especialista, um efeito da distribuição dos slots da Avianca em Congonhas e expansão da Azul no terminal é que haverá "certamente" uma ampliação da oferta de voos e uma disputa de preços. O motivo: a Azul está numa guerra declarada com as concorrentes desde que anunciou a saída da Abear, a associação brasileira das companhias aéreas, em maio. 

Cleveland Prates, professor de Direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, especialista em concorrência em mercados regulados, o aumento na concorrência em Congonhas deve resolver um problema causado pela tecnologia. Isso porque os sistemas de atualização de preços das companhias aéreas usa algoritmos que consideram variáveis de oferta de voos e demanda de passageiros. 

Para Prates, com só duas companhias operando em Congonhas, como é hoje, fica fácil para os algoritmos dessas empresas ficarem comparando o preço entre si e aumentarem as tarifas quando a demanda está mais alta.

— A entrada de mais algoritmos ajuda a mudar a lógica de precificação das empresas que já atuam no aeroporto. Com isso, as chances desses sistemas elevarem os preços ficarão menores — diz Prates.

David Goldberg, sócio da consultoria em aviação Terrafirma, pondera que a concorrência em Congonhas precisa ser analisada em conjunto com a do terminal de Guarulhos, a 30 quilômetros dali, pois ambos dividem a demanda de rotas domésticas destinadas à capital paulista. Por isso, é "simplista" dizer que hoje falta concorrência no terminal. 

Goldberg cita como exemplo aeroportos dos Estados Unidos, como Atlanta e Dallas, que servem de hubs a companhias aéreas dominantes por ali e dividem a demanda com terminais menores num raio de até 50 quilômetros. 

Por conta disso, o especialista vê chance de os preços caírem na ponte-aérea com a expansão de uma terceira companhia em Congonhas. 

— Uma companhia em Congonhas precisa de frequência de voos para atender o viajante de negócios que tem pressa de ir e voltar. Por isso, não adianta estar em Congonhas com um ou dois slots. Os 41 slots deixados pela Avianca poderão dar uma boa presença à terceira concorrente naquele aeroporto — diz Goldberg.

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