Troca de pontos e milhas por produtos do varejo cresce. Economia pode chegar a 62%

17 de novembro de 2020

Trocar pontos do cartão por objetos de interesse pode ser uma forma de economizar Foto: Pxabay

Assinado por: Letycia Cardoso

Com pandemia, viagens ficaram mais restritas, levando consumidor a mudar uso dos programas de benefícios

RIO - A preferência dos brasileiros sempre foi trocar seus pontos acumulados no cartão de crédito por passagens aéreas — 70% dos pontos e milhas eram destinados às viagens. No entanto, a pandemia vem mudando esse comportamento. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), com as restrições ocasionadas pela crise sanitária, os participantes de programas de fidelização passaram a olhar mais para outras oportunidades de resgate, o que levou a quase totalidade de trocas no segundo trimestre de 2020 por produtos do varejo.


A integrante do time de "caçadores de ofertas" do "Qual oferta", plataforma dos jornais EXTRA, O Globo e Expresso que reúne, no impresso e no digital, as melhores promoções de supermercados, drogarias e lojas de departamento de Rio e Grande Rio, Vivian Marcelle, conta que na pandemia economizou R$ 149,90 ao adquirir um liquidificador com filtro através de pontos acumulados:


— Geralmente, eu compro coisas de pequeno valor com os pontos. Não tenho paciência para esperar acumular pontos para comprar coisas de maior valor, como viagens e televisão.


No programa de fidelidade Esfera, a quarentena acelerou o processo de trocas por vale-compras em parceiros que oferecem delivery de comida ou transporte por aplicativo. Também ganhou destaque o cashback na fatura do cartão, modalidade na qual os pontos se convertem em dinheiro, diminuindo o valor a ser pago no mês.


— Essa alternativa é importante nesse momento em que muitos trabalhadores tiveram redução de renda por suspensão do contrato ou diminuição do salário. Além disso, acompanhando a tendência de home-office, notamos maior interesse por produtos relacionados ao trabalho em casa como fones de ouvido, notebooks — revela Elaine Watanabe, CEO do Esfera: — E ainda, devido ao isolamento social, houve maior demanda de produtos para ginástica em casa e bebidas alcoólicas.


Além da possibilidade de trocar pontos por viagens e produtos do varejo, clientes Esfera ainda podem pagar contas de estabelecimentos comerciais, como restaurantes, com seus pontos acumulados por meio de maquininhas Getnet. No entanto, ainda há quem não controle bem essa espécie de moeda e acabe deixando os pontos expirarem.


— A taxa de breakage, que mede o percentual de pontos/milhas expirados ficou em 18,4% no segundo trimestre deste ano, representando um aumento de um ponto percentual, em relação ao mesmo período de 2019. Apesar da variação, já esperada, é um percentual que tem se mantido relativamente estável nos últimos anos — afirma Paulo Curro, diretor executivo da ABEMF.


Interesse por viagens deve voltar a crescer


Curro acredita, porém, que tão logo a pandemia acabe, o interesse por passagens aéreas irá voltar a subir. A caçadora de ofertas do "Qual oferta", Izaura Alice, é uma dentre os consumidores que têm esperanças de viajar em 2021. Por isso, não gastou suas milhas, as quais pretende usar para ir ao Nordeste no próximo ano.


— Para mim, comprar viagens com os pontos do cartão costuma ter um bom custo-benefício. Quem sabe não surge uma boa opção de pacote para comprar na Black Friday? — sugeriu Izaura.


O especialista das milhas Eduardo Loredo, que já viajou por mais de 30 países e 400 cidades apenas usando milhas, opina que a Black Friday é o melhor momento do ano para acumular milhas.


— Tudo aquilo que você precisa comprar, você vai aproveitar esse momento para comprar com preço menor e ainda acumulando milhas, as quais poderá usar para viajar ou vender e ter parte do seu dinheiro pago pelo produto de volta — sugere Loredo: — Ontem mesmo houve uma promoção da Livelo que oferecia dez pontos por real gasto em diversas lojas. Esses pontos, quando transferidos para a companhia aérea, por exemplo, podem virar até 26 pontos, o que equivale a um desconto de 62% no preço do produto.


Loredo, que é fundador do curso Academilhas, conta que só compra produtos e contrata serviços em locais que concedem um bom retorno. Segundo ele, é possível ganhar milhas comprando um notebook, trocando o pneu do carro, usando apps de transporte, pagando contas de água, luz, telefone ou até mesmo adquirindo produtos de higiene pessoal, como um sabonete.


— Há situações, em que o acúmulo de milhas na compra de determinado produto é tão grande que, ao se vender as milhas recebidas, o produto sai de graça. É inacreditável, mas eu já vi isso acontecer diversas vezes. É uma realidade que é aproveitada por pouquíssimas pessoas, por falta de conhecimento! — diz.


Controle financeiro


Utilizar o cartão de crédito para acumular pontos pode ser muito vantajoso, mas é preciso controle financeiro para que as dívidas não se tornem impagáveis. A economista e professora da Estácio, Renata Weiss, sugere concentrar pagamentos em cartões com datas programadas de vencimento ao longo do mês para auxiliar na organização do fluxo de caixa:


— A disciplina no uso do cartão de crédito é essencial, pois o maior risco que se corre ao concentrar gastos em cartões de crédito é perder o controle e gerar uma bola de neve de endividamento. A melhor forma de se proteger é fazendo a gestão dos gastos e pagando o saldo total da fatura dos cartões no vencimento, para evitar a incidência de juros e o acúmulo de dívidas ao longo do tempo.


Com a alta competitividade entre as instituições, a professora aconselha a procurar cartões que disponibilizem isenção de tarifas, de anuidade e maior quantidade de milhas acumuladas por real ou dólar gasto em compras.


— É importante saber qual a quantidade de milhas necessárias para obter determinado bem ou serviço e, consequentemente, o gasto que foi necessário para acumular aquela quantidade de milhas/pontos para saber se a operação está sendo realmente vantajosa — orienta Renata.





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